O Verão chegou, mas fez tanta ameaça de não aparecer que até os pardais de trigo se assustaram! E andam tontos, a esvoaçar desorientados,
sem saber se bicam aqui, ou acolá.
Poisam nas estradas sem ligar ao rufar dos motores dos carros, chilriam à passagem de qualquer pessoa na praia. Já nem bicam o que resta dos lanches,
nem migalhas do pão, nem restos de bolas de Berlim.
Nestas alturas, penso, ainda bem que no hemisfério sul apareceu aquela invernia que fez acordar as nossas estrelas lusas em campo. Sim, depois de ver
o Brasil com a Coreia e todo o espectáculo de preparação da nossa selecção ainda na memória, para não falar das primeiras exibições...não acreditei nunca
numa vitória. Preferi convencer-me que era desta, que voltavam para casa e eu respirava de alívio, arrumava dos ouvidos e mandava as vuvuzelas para casa do pai,
se não as pudesse meter no lixo.
Mas o martírio vai continuar! Nunca pensei dizer isto. Sou portuguesa, bem sei, vesti a nossa camisola muita vez, mas sinceramente o " I've got a Feeling" não
me provocou feeling nenhum, nem me convenceu senão, a fazer uma brincadeira com a música para a festa de finalistas do meu filho mais velho.
Não que desgoste dos Black Ide Pees, pelo contrário, aplicam-se no género, mas...tenho olhado para a rapaziada da nossa equipa e vejo muita individualidade,
pouco sentido de grupo e nem consigo ver o Queiróz para além do professor da geração d' Ouro, que já lá vai....
Hoje enganei-me. E oh que bom enganar-me! Ver um bom espectáculo de futebol alegra-me sempre. Admirei a entrada de leão dos coreanos. Depressa
perceberam que os leões também se dominam, ou se deixam dominar. Basta o adversário perceber o xadrez, fazer jogo de equipa e ser certeiro a concretizar, como
se lhes atingissem o coração.
Desta vez, nada lhes valeu, nem a rapidez, nem a velhaquice nos remates isolados, nem a vaidade de peito cheio, nem as directrizes de quem manda. A vida é
assim, quando menos esperamos, temos surpresas, oxalá sejam sempre boas, enquanto por lá andarmos, pelas terras sul-africanas. Mesmo os mais cépticos, como
eu que nem numa corrente de ar acreditam, valha-nos isso. O efeito surpresa. Nós precisamos, o país precisa e o planeta ainda mais.
Podemos não ganhar o campeonato, mas 1 vitória sabe sempre bem. É como na guerra, podemos não a liderar, mas ganhar 1 batalha é sempre sinónimo de
muito trabalho, de muito empenho, de muita acção, de muita estratégia, de muito pensamento, logo, de muita dedicação.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
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